sábado, 26 de março de 2011

Meio amargo

Nem muito nem pouco. Tampouco demais. Menos se faz. Buscando se traz. Deixando, perfaz. O que mais?
Nem sempre acontece, surge, oferece. Dificilmente se engrandece, se não persistir,perece.
Não sei. Outrora saberia, mas aqui atordoa, porquanto tardia. Pasmo e atordoado. Calado. Pouco se faz o sofrido. No breu esquecido, perdido. Como faz?
Me traz. Simples? Capaz. Basta ir atrás.
Perplexo de tanta luz e pouca emoção. Alegria pelo alheio, tristeza pela auto-comoção. Não é digno tamanha indelicadeza, mas com pouca proeza, pouca ambição. A força se dá pela mão. Um afago caído por um dia em vão. É pouco, mas já é muito. Um caso fortuito que expressa um não.
Nao me perco no caminho. Tão quanto se faz as idéias, eu não as concretizo sozinho. É um sonho, um carinho. Algo que não se faz do dia pro outro. Triste? Não. Afoito. Pasmo.Porém as grandes vitórias não contém as marcas do marasmo. É simples.
Um café, todos os dias. As mesmas notícias, as agonias. O vento passa, o tempo passa e o ímpeto esfria. É bem típico.
A dor é passageira. A ansiedade? Besteira. Troco mil anos por uma alegria inteira.
Enfim chegará um dia pardo. Um dia em seu primor, sem frio nem calor. Sem dor. O dia nem doce nem azedo. Não tem mais esperança, não há mais dor. Um meio amargo em seu sabor.

Um comentário:

  1. ...eis o labirinto negativo da realidade não emancipada - e a ausencia sempre presente da morte do ser humano. Ser humano que a cada dia vai ficando insensível até que o mundo fique apático. A perda de nossa individualidade natural numa conformação à vontade das massas que nem sempre é a melhor sociedade. E quando se acorda dessesonho dogmático vem a indesejada das gentes e nos leva ao nada-desconhecido (ou desconhecido-nada) Parabéns pelos traçado sui generis.
    abraço
    FatinhaPessoa
    http://www.pesquisandofilosofia.blogspot.com

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