sexta-feira, 8 de abril de 2011

Nos arredores da escuridao

Magro, sedento por mudanças. O rapaz avistou com os olhos e abrilhantou suas esperanças. Vinha aí o líder. Pouco sabia discernir o ambiente e as companhias. Concentrou-se apenas nas palavras sólidas e esplendidas de um futuro melhor.
                Jovem pelo idealismo, experiente pelos caminhos que passou na vida, vislumbrava o momento único. Um conjunto de idéias  e princípios que haveriam de mudar a sua vida e de muitos outros que residiam naquela cidade.
                Aproximou-se. Não obstante, parou para deleitar de cada minuto das profundas palavras que agonizava a toda uma população. Era o momento de agir por todos e prevalecer as mudanças e conquistas em sua vida. Era um menino determinado.
                Iniciou sua trajetória de luta muito cedo. Passou por colossais problemas. A  tristeza tentou lhe tirar a vida, mas a alegria Deus o manteve nos caminhos certos. Também não era pra pouco: Já esteve entre a vida e a morte.
                Teimoso. Sempre. Teimava em acreditar na política de resultados, de soluções para o povo. Jamais desistiu desse Ideal. Parecia-lhe que figurava como um caráter intrínseco. Ninguém o tirava esse sonho de que um dia a sua cidade acolhida poderia mudar radicalmente.
                O rapaz foi atrás, em busca da solidez dos seus sonhos. Encontrou um líder. Apaixonou-se por seus ideais e de seu partido. Já perplexo com tanta crueldade, injustiça e desigualdade social, via nos olhos do seu comandante as pérolas da esperança de um estado de direito para todos.
                Passou fome, foi humilhado, esquecido, excluído, sofreu discriminação em suas lutas, chamado de ralé, de maltrapilho entre outros. Lutou para não morrer, e viveu a fome dos que queriam algo para comer. Foi pisoteado nas verbais da língua alheia. Se viu preso nas mãos das autoridades parciais que, diga-se de passagem, relembraram a repressiva dos anos da ditadura.
                Estava morto de cansado, mas não de idéias. Todos os dias olhava a foto do seu líder e acreditava que aquele era o momento. Passou as maiores dificuldades de sua vida em prol de um sonho sem fim. O sonho de um mundo socialmente justo e soberano, começando por sua, acolhedora,  cidade.
                O sonho foi concretizado. O orgulho era enorme, pois o rapaz estava bem representado. Frisou a todos a conquista, claramente partícipe deste mérito. Vieram os dias. Estava ansioso para lutar pelo projeto. Já não bastasse a sua maior luta, esqueceram do seu valor, sua história, sua participação. A mesma felicidade que desfrutava da época do impossível é hoje o silencio da mágoa pelo seu esquecimento. Esqueceram de um jovem que tanto lutou pela vida e por seus ideais. O marasmo e a decepção tomam conta do seu coração. Mas não é tarde. É o momento crucial. Precisa ser feito justiça, e buscar o brilho deste jovem nos arredores da escuridão.
Dedicado a Rodrigo da Costa, militante do JSB de Santa Rita.

terça-feira, 5 de abril de 2011

O acaso

És breve. És tao pálida como a luz que ofusca meus sentidos. Estou perdido da fonte.Me conte: aonde acho?
Não sei dizer em vão. Talvez a peça mais importante seja a menos útil. Como tão fútil?No chão.
Já achei dias melhores. Já busquei tanto em tampouco tempo. Um minuto em seu rebento, o ponteiro dos piores, não passava as horas e a luz tampouco se apagava. Nada faltava.
Perplexo, como tanto tempo em tão pouco proveito. Tanta folha e nenhum vento surtiu efeito. Vai saber.
É tão simples: a mesma luz que ilumina o caminho é a que reflete as sombras no escuro. Sem ficar em cima do muro. É parar de se acomodar.
É se acovardar.  É se entregar, sem enxergar, só pestanejar, há quem duvidar, mas pra  que guardar?
Pra onde ir? Não é o caminho, é a virtude de achar o pergaminho, aonde indique subir.
Eis a força lapidada! A intrínseca garra hibernada nas caixas do esquecimento. Um só momento. Único instrumento capaz de canalizar todo o saber. Prometo não esquecer.
É o fim. A ávida ausculta o marasmo e não se deixa findar. Basta provar. Basta provar.
Simples de sua ternura, composta, leve, sutil, furtiva, fulminante, jamais exposta.
Inquebrantável, incomensurável, um novo alvorecer. Aí vem a hora. Vamos embora.
Vamos buscar a nova chance. Está ao alcance! Não deixemos de lado. É o único caminho do agrado. Cansei de não viver.

terça-feira, 29 de março de 2011

Antes do por do sol

Não é fácil. Nenhuma luta é. Sempre achamos que vamos aguentar, mas nunca conseguimos. Caímos em prantos,perdemos um pouco de saúde, de equilíbrio emocional, de força, de fé, de alegria. Vivenciamos a alegria dos amigos, doamos carinho e satisfacao para todos os que nos rodeiam. Não é fácil.
Felicidade não é de acordo com a reciprocidade. É a natureza de cada um. Quem quer o bem pode sofrer muito na vida, mas jamais vai querer prejudica a outrem. Não é da índole. Atingir pessoas é consequência de quem possui o dom, assim como aqueles que têm o talento para amar e incentivar.
Nem todos sabem se aproximar quando voce precisa. Dificilmente alguém reconhece um diamante lapidado. Tem que ser puro de coracao ou próximo suficiente para conhecer. Quando achamos que temos todo o apoio do mundo, notadamente expressamos desânimo dos que se foram nos momentos difíceis e estranhos que se aproximam e mudam a sua vida.
Pois é, estranhos. Pessoas que tem a sensibilidade de captar o problema e encaminhar a solução. Um carinho, uma compreensao. Enxergam voce além dos seus limites. Sabe aonde podes chegar e te dá o caminho da luz, da perseverança e da conquista. Como identificarmos estas pessoas?
Nao existe o procedimento. Elas simplesmente se aproximam de voce e te ajudam no momento mais crucial de sua vida, quando na verdade quase todos aqueles que te rodeiam foram omissos. Não é fácil.
A gente sempre acha que sabe o momento da vitória, mas nao sabemos. Sempre chega depois da esperança, da alegria,tristeza, cansaço,decepcao, inconformismo e crença. Ela tira tudo de voce e depois te dá de volta, com a condição de que voce jamais desista.
Não é fácil, mas também cabe a voce entender que tudo sempre chega. Tem seus prazos indefinidos, mas as metas foram feita pelos homens. Todos sao capazes de superar os desafios que a sua própria espécie os criou. Não perca o foco.

Robert Dore.

sábado, 26 de março de 2011

Meio amargo

Nem muito nem pouco. Tampouco demais. Menos se faz. Buscando se traz. Deixando, perfaz. O que mais?
Nem sempre acontece, surge, oferece. Dificilmente se engrandece, se não persistir,perece.
Não sei. Outrora saberia, mas aqui atordoa, porquanto tardia. Pasmo e atordoado. Calado. Pouco se faz o sofrido. No breu esquecido, perdido. Como faz?
Me traz. Simples? Capaz. Basta ir atrás.
Perplexo de tanta luz e pouca emoção. Alegria pelo alheio, tristeza pela auto-comoção. Não é digno tamanha indelicadeza, mas com pouca proeza, pouca ambição. A força se dá pela mão. Um afago caído por um dia em vão. É pouco, mas já é muito. Um caso fortuito que expressa um não.
Nao me perco no caminho. Tão quanto se faz as idéias, eu não as concretizo sozinho. É um sonho, um carinho. Algo que não se faz do dia pro outro. Triste? Não. Afoito. Pasmo.Porém as grandes vitórias não contém as marcas do marasmo. É simples.
Um café, todos os dias. As mesmas notícias, as agonias. O vento passa, o tempo passa e o ímpeto esfria. É bem típico.
A dor é passageira. A ansiedade? Besteira. Troco mil anos por uma alegria inteira.
Enfim chegará um dia pardo. Um dia em seu primor, sem frio nem calor. Sem dor. O dia nem doce nem azedo. Não tem mais esperança, não há mais dor. Um meio amargo em seu sabor.